mas ele se foi
À medida que as palavras apareciam na minha cabeça
aumentava o meu desespero
febre
mal-estar
vertigem
sensação de enjoo
Quando tentei recuperar as suas palavras
o poema desapareceu
como se fosse um feitiço
Agora eu não sou mais o mesmo
Em tudo o que escrevo carrego a saudade daquele poema perdido
a esperança de um dia lembrar
a frustração de não conseguir
Aquele poema teria mudado minha vida
e talvez teria mudado a tua também
Ouso dizer ainda que aquele poema poderia ter mudado o mundo!
Mas eu me esqueci
e ao me esquecer
fui eu
e não o mundo
que mudou
O mundo permanece o mesmo
ri dos poetas
banaliza o amor
(essa palavra tão banal)
Castiga o versos de Neruda
as prosas de Baudelaire
os sonetos de Vinícius
Mas eu não sou mais o mesmo
e fico me indagando:Será que esses poetas também tiveram um poema transcendente na ponta da língua
e também se esqueceram?
Será que a obra deles não foi em busca de um poema perdido?
Será a minha vida assim?
Eu não sei
e quero mais que tudo neste mundo me lembrar daquele poema
Mas eu não me lembro
e talvez nunca me lembrarei
mas eu sei
que aquele poema
esquecido e perdido
que poderia ter mudado o mundo
acabou mudando
o
meu
mais
profundo
ser
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2010
meu
mais
profundo
ser
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2010
Um comentário:
barto achei o my space velho e perdido, até me arrependo relendo, e os erros de portugues, sobre eles também comentei...
muito bom os teus poemas...
se quiser ver se tem algo que preste lá, mas acho dificil de encontrar, assim como o seu poema que deves continuar à procurar
http://tierastaprotestante.spaces.live.com
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