quarta-feira, 8 de junho de 2011

Maringá ( A imprescindível resistência)

Não pode ir pro bar
Não pode fumar
Não pode querer
Não pode foder

Pode ir trabalhar
Ir pra igreja rezar
Ir pra aula pra ver
O que vai esquecer

Não pode lutar
Nem tentar mudar
Nem sequer podes ter
Um sonho pra crer

Só podes votar
Em quem vai te roubar
Podes só se entreter
No lugar de viver

Não pode amar...
Mas pode comprar
Não pode vencer...
Mas pode vender

Porra!

Querem te calar
Mas você pode GRITAR
Você tem o poder
De não obedecer

Se não posso amar
Prefiro matar

Se não posso viver
Prefiro morrer

Maringá sangra...
Liberdade, porra!

Viva a imprescindível resistência,
Sílvio Barros não vai roubar a minha consciência!

- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011

O vil esgoto humano

Somos filhos de todos os orfanatos,
Como as baratas, os vermes e os ratos.
Desprovidos de qualquer forma de beleza.
Imundos, por nossa verdadeira natureza.

Somos o vil esgoto humano,
Decadente, fétido e profano.
Somos o câncer vivo desta Terra,
Filhos do estupro, do roubo e da guerra.

De nossas veias jorra infeccioso o pus
Da podre ideologia que ainda nos conduz.
Somos covardes, vítimas da alienação.

Reproduzimos cegamente nossa própria condição,
Mas a dialética da história há de um dia enterrar
O que hoje é sólido, e desmancha-se no ar.

- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011

Tua chapinha há de molhar

Você gosta de atenção
De ser o plano central
Sobre qual revolve toda a galáxia

Mas perante a vastidão do universo
Até o teu sorriso orgulhoso é diminuto
E tua voz escandalosa soa distante

Teu vestido colorido há de desbotar
Tua chapinha há de molhar
E tua maquiagem há de escorrer
Com a tristeza do teu choro

Teu rosto é lindo
Teu corpo é sensual

Mas há coisas mais importantes nesta vida

Você quer ser desejada
Mas precisa mesmo é de um refúgio deste mundo

No final da balada
Depois de ter dançado e beijado horas à fim
Te sentirás feliz?

Quando todos te desejarem
E tiverem sonhos carnais de gozo com teu corpo
Te sentirás feliz?

Não adianta chorar
Nem sentir-se arrependida

A vida é tua
Você faz o que quer

Não tens ninguém para culpar

Podes continuar à carregar o peso da tua vaidade
Ou se quiseres
Podes mudar

Só depende de você

- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011