Peço perdão pela covardia de ser tão vil, pelo peso do egoísmo que minha alma carrega, mesmo sabendo que eu não posso ser perdoado. Já machuquei demais nesta vida, e qualquer esperança de ser realmente perdoado foi dilacerada junto com tantas ilusões. A felicidade é um labirinto, e no seu percurso sinuoso muitas vezes nos perdemos.
Eu estou preso aos meus erros constantes: não há perdão, não há cura, não mais o sonho de viver sem esta dor. Não tenho mais a ilusão de te fazer feliz. Já errei demais, e pouco me resta a não ser lembrar um doce e breve momento em que você quase foi minha para sempre. Se um dia eu te ajudei à crescer, à viver coisas novas, hoje em dia eu apenas freio a tua vida, restrinjo tua liberdade e te impeço de crescer.
Não tenho mais nenhuma carta na manga para te fazer feliz, apenas uma longa lista de erros e defeitos que quase todos os dias borram a maquiagem dos teus lindos olhos. Não sei mais o que fazer, e me rendo à impotência de saber que sou incurável. Não tem mais jeito. Vivi com muita intensidade os meus momentos de alegria, e agora só me restam dias de incerteza e a melancolia que a saudade do que já se foi sempre traz.
Eu te amo. Te amo tão desesperadamente que dói quando eu respiro. Meus olhos se enchem de lágrimas quando eu olho nos teus, porque tenho a certeza absoluta que quero morrer velhinho nos teus braços. Não consigo imaginar a vida sem você: fica tudo tão vazio.
Tão vazio.
Eu vivia apenas com a certeza que estaríamos juntos para sempre, com a certeza que você estaria sempre do meu lado.
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2009