E dessa mesma forma batalhei inutilmente contra o tempo que não pára.
O sangue escarrado ao atingir meu olho transformou-se em lágrima,
E nesse susto violento descobri que não há mais tempo para mágoa ou lástima.
Ser o passado é o destino súbito e inevitável do presente,
E enquanto aguardamos ansiosamente o futuro ele se transforma no agora de repente.
O tempo não é palpável, não consigo segurá-lo nem senti-lo com a minha mão,
E por isso a tentativa de ressuscitar um passado falecido é tão inutilmente em vão.
Assim como tantas rochas e montanhas são moldadas suavemente pelo vento,
O tempo, que nos fere e molda, também nos dá a dádiva do esquecimento.
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2010
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