quarta-feira, 18 de maio de 2011

Perante as Araucárias

Hoje eu te ofereço meu silêncio

Tudo que falo é mentira
Tudo que sinto é invenção
Então me calo

Quero ajoelhar-me perante as Araucárias
E ouvir o céu

Pedir perdão por meu rancor

O frio das madrugadas de outono me lembra à outra época
Mas eu não quero pensar

Tantas vezes tenho sido como o vento
Passado por várias vidas
e sumido

Roubado o cheiro de perfumes
E os guardado na minha memória

Quero dizer que eu vivi
E gritar aos quatro ventos:
ESTOU AQUI!

Mas hoje
Eu te ofereço meu silêncio
Compartilho meu vazio

Vou ajoelhar-me perante as Araucárias
E ouvir o céu

Hoje o vento há de passar por mim

- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011

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