terça-feira, 17 de maio de 2011

Meio-poemas (sinto que é inútil toda esta escrita)

Eu escrevo mil meio-poemas
Que não consigo terminar

E cada um dói como uma ferida
Como se desperdiçasse parte do meu ser

Sinto que aborto pedaços da minha alma
E os vomito em versos ríspidos e toscos

Não sei se sou parasita das palavras
Ou se são elas que de mim se alimentam

Não quero mais esta fadiga
Este cansaço que arde todos os dias
Esta obsessão

Mas me desespero quando não tenho uma caneta
E nem sei porque escrevo

Acho que escrevo simplesmente por predestinação
Por sentir angústia

E quando não termino um poema
Sinto dor
Sinto fracasso

Sinto que é inútil toda esta escrita

- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011

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