segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A crueldade do silêncio

Entre todas as formas que eu poderia ter te agredido
eu escolhi a mais cruel:
o silêncio

Não quero te dizer nada
muito menos gritar
Quero apenas o conforto ilusório da distância

Hoje a tua presença me agride
quando antes era a tua ausência

A lembrança do que já foi
(e não é mais)
me fere

Então uso o silêncio como um escudo
e tento o máximo te evitar

Eu nunca poderia desejar-te mal
muito menos te odiar

Todos os dias eu torço para que você encontre a plenitude da felicidade

não quero mais que você faça parte da minha vida

...dói demais

Não peça que eu mude
nem que seja teu amigo

Te amei mais que tudo neste mundo
e durante um ano você foi toda a minha vida

Não posso fingir que está tudo bem
nem mentir p'ra mim mesmo
Dizer que já passou

Peço-te perdão por todo o mal que eu te tenho feito

Eu sei que é minha culpa,
mas nunca foi minha intenção

Um dia você deixará de ser uma ferida
e a dor se transformará numa cálida lembrança

...mas até lá so me resta a distância
e a crueldade do silêncio.

- Bartolomeu Parreira Nascimento - San Rafael 2011