segunda-feira, 11 de julho de 2011

Carta de Alforria

Acordo solitário no meu quarto
e ascendo um baseado

Ta tudo uma bagunça

minha vida
meu quarto
o mundo la fora

Não tenho um puto no bolso
e tantas contas pra pagar

Viver custa caro
e pros meus desejos não sobra quase nada

Me restam apenas os pequenos vícios
um maço de cigarro paraguaio
uma tubaína e qualquer pinga vagabunda

Cansei de Maringá
e sei que é minha culpa ainda estar aqui

Quero sair livre pelo mundo
respirar o ar de todas as terras
e ouvir todas as línguas

Mas minhas obrigações me prendem como uma âncora

contas
dívidas
diplomas

Quero rasgar a pequena jaula da minha existência
e derrubar todos os muros

Cansei de ser detento
de esperar que o destino me liberte

Vou escrever minha própria carta de alforria
e sair pro mundo pra ferir o Capital

Carrego comigo a certeza
que tudo pode mudar
e a vontade inquietante
de viver
de conhecer
e de lutar

- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011

Um comentário:

Comodoro disse...

Ow rapaz! Parabens pela poesia!
Estou esperando aquelas que combinamos de vc me mandar, para o Jornal!
Porfavor....Abraços