Minha universidade é um canteiro de obras
E a arrogância de bater no peito de dizer:
"Sou a melhor do Paraná!"
Melhor?
Melhor fechar os olhos p'ra não ver
Melhor esquecer
Estudamos num feudo
e quem enxerga se rebela
ou cegamente se resume ao prazer
Quinta-feira tem polícia
Cacetete pronto p'ra bater
Spray-de-pimenta de refresco
Balas de borracha p'ra correr
Capitão, tem sangue no chão!
Tens sangue na farda,
Tens sangue na mão!
Pau-de-arara para utópico
Cadeia para maconheiro
Se é bicha mete bala
Lincha se é roqueiro
Vamos todos para a missa
na querida Catedral
ou no culto do domingo
p'ra rezar e ter moral
Depois faremos um sarau
onde diz na sepultura:
"Aqui descansa em paz,
fria e morta a cultura."
Ovacionemos quando chegue
o magnífico reitor
Já dez anos sem dar aula
muito FG como ge$tor
E a assistência estudantil?
Aqui é sempre uma piada
Para quem precisa mesmo
a UEM não oferece nada
Para poder comer no RU
tem fila de uma hora
E se não tem grana pro aluguel
você vai ter que ir embora!
Aqui na UEM não há justiça
nem se quer há Paridade
O que temos é uma máfia
que estupra a universidade
Pois é,
Minha universidade é um canteiro de obras
E arrogância de bater no peito e dizer:
"Sou a melhor do Paraná!"
Melhor?
Melhor abrir os olhos p'ra enxergar,
sair p'ra rua para lutar,
e sempre que for preciso
estar pronto p'ra ocupar!
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Aquele moleque do semáfaro
Aquele moleque do semáforo
hoje foi atropelado
Quantas vezes não passei
e falei que não tinha grana?
Neste mundo cruel
viramos a cara para não ver
É mais fácil ser cego
do que sentir-se covarde
Aquele moleque do semáfaro
nunca mais vai caminhar
O Estado, soberano,
pouca coisa vai fazer
E a sociedade, cega,
vai virar a cara pra não ver
Quando ele não estava na avenida
matava a fome cheirando cola
Aquele moleque no semáfaro
é apenas uma criança.
hoje foi atropelado
Quantas vezes não passei
e falei que não tinha grana?
Neste mundo cruel
viramos a cara para não ver
É mais fácil ser cego
do que sentir-se covarde
Aquele moleque do semáfaro
nunca mais vai caminhar
O Estado, soberano,
pouca coisa vai fazer
E a sociedade, cega,
vai virar a cara pra não ver
Quando ele não estava na avenida
matava a fome cheirando cola
Aquele moleque no semáfaro
é apenas uma criança.
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
Anatomia do ódio de um extremista
Nas tuas entranhas
a vontade de matar
nos teus olhos
a vontade de não ver
na tua garganta
ofensas entaladas
um sorriso por vingança
o perfume da própria morte
tua raiva desmedida
parece não ter fim
você quer matar
por medo de morrer
mas na verdade algo já morreu em ti
Eres a sombra do passado
a vontade de matar
nos teus olhos
a vontade de não ver
na tua garganta
ofensas entaladas
um sorriso por vingança
o perfume da própria morte
tua raiva desmedida
parece não ter fim
você quer matar
por medo de morrer
mas na verdade algo já morreu em ti
Eres a sombra do passado
....uma ferida aberta neste mundo.
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
Horas noturnas
Nas solitárias horas noturnas da minha insônia
(esse vil purgatório da minha dor)
a incerteza é infinita
Durante o dia eu fujo da inimiga introspecção
me refugio na minha confortável vida em sociedade
Mas nessas horas solitárias e noturnas
não há para onde correr
e o tédio dos minutos não tem fim
Nota: escrevi este poema no ano passado, e ele ficou esquecido até eu achá-lo ontém.
(esse vil purgatório da minha dor)
a incerteza é infinita
Durante o dia eu fujo da inimiga introspecção
me refugio na minha confortável vida em sociedade
Mas nessas horas solitárias e noturnas
não há para onde correr
e o tédio dos minutos não tem fim
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2010
Nota: escrevi este poema no ano passado, e ele ficou esquecido até eu achá-lo ontém.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Carta de Alforria
Acordo solitário no meu quarto
e ascendo um baseado
Ta tudo uma bagunça
Não tenho um puto no bolso
e tantas contas pra pagar
Viver custa caro
e pros meus desejos não sobra quase nada
Me restam apenas os pequenos vícios
Cansei de Maringá
e sei que é minha culpa ainda estar aqui
Quero sair livre pelo mundo
respirar o ar de todas as terras
e ouvir todas as línguas
Mas minhas obrigações me prendem como uma âncora
Quero rasgar a pequena jaula da minha existência
e derrubar todos os muros
Cansei de ser detento
de esperar que o destino me liberte
Vou escrever minha própria carta de alforria
e sair pro mundo pra ferir o Capital
Carrego comigo a certeza
que tudo pode mudar
e a vontade inquietante
e ascendo um baseado
Ta tudo uma bagunça
minha vida
meu quarto
o mundo la fora
meu quarto
o mundo la fora
Não tenho um puto no bolso
e tantas contas pra pagar
Viver custa caro
e pros meus desejos não sobra quase nada
Me restam apenas os pequenos vícios
um maço de cigarro paraguaio
uma tubaína e qualquer pinga vagabunda
uma tubaína e qualquer pinga vagabunda
Cansei de Maringá
e sei que é minha culpa ainda estar aqui
Quero sair livre pelo mundo
respirar o ar de todas as terras
e ouvir todas as línguas
Mas minhas obrigações me prendem como uma âncora
contas
dívidas
diplomas
dívidas
diplomas
Quero rasgar a pequena jaula da minha existência
e derrubar todos os muros
Cansei de ser detento
de esperar que o destino me liberte
Vou escrever minha própria carta de alforria
e sair pro mundo pra ferir o Capital
Carrego comigo a certeza
que tudo pode mudar
e a vontade inquietante
de viver
de conhecer
e de lutar
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
de conhecer
e de lutar
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
domingo, 3 de julho de 2011
Linhas vagas
Não vieram mais cartas
apenas contas
multas
atrasos
A frustração a que me constringe o Capital
Estou longe dos sonhos de consumo
Não tenho ticket do R.U.
nem maço de 2000
Tenho apenas sonhos para consumir
e a vontade de beber
E uma carta em branco para o mundo
em que traço como analfabeto
as linhas vagas do meu destino
apenas contas
multas
atrasos
A frustração a que me constringe o Capital
Estou longe dos sonhos de consumo
Não tenho ticket do R.U.
nem maço de 2000
Tenho apenas sonhos para consumir
e a vontade de beber
E uma carta em branco para o mundo
em que traço como analfabeto
as linhas vagas do meu destino
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Maringá ( A imprescindível resistência)
Não pode ir pro bar
Não pode fumar
Não pode querer
Não pode foder
Pode ir trabalhar
Ir pra igreja rezar
Ir pra aula pra ver
O que vai esquecer
Não pode lutar
Nem tentar mudar
Nem sequer podes ter
Um sonho pra crer
Só podes votar
Em quem vai te roubar
Podes só se entreter
No lugar de viver
Não pode amar...
Porra!
Querem te calar
Mas você pode GRITAR
Você tem o poder
De não obedecer
Maringá sangra...
Viva a imprescindível resistência,
Sílvio Barros não vai roubar a minha consciência!
Não pode fumar
Não pode querer
Não pode foder
Pode ir trabalhar
Ir pra igreja rezar
Ir pra aula pra ver
O que vai esquecer
Não pode lutar
Nem tentar mudar
Nem sequer podes ter
Um sonho pra crer
Só podes votar
Em quem vai te roubar
Podes só se entreter
No lugar de viver
Não pode amar...
Mas pode comprar
Não pode vencer...Mas pode vender
Porra!
Querem te calar
Mas você pode GRITAR
Você tem o poder
De não obedecer
Se não posso amar
Prefiro matar
Se não posso viver
Prefiro morrer
Prefiro matar
Se não posso viver
Prefiro morrer
Maringá sangra...
Liberdade, porra!
Viva a imprescindível resistência,
Sílvio Barros não vai roubar a minha consciência!
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
O vil esgoto humano
Somos filhos de todos os orfanatos,
Como as baratas, os vermes e os ratos.
Desprovidos de qualquer forma de beleza.
Imundos, por nossa verdadeira natureza.
Somos o vil esgoto humano,
Decadente, fétido e profano.
Somos o câncer vivo desta Terra,
Filhos do estupro, do roubo e da guerra.
De nossas veias jorra infeccioso o pus
Da podre ideologia que ainda nos conduz.
Somos covardes, vítimas da alienação.
Reproduzimos cegamente nossa própria condição,
Mas a dialética da história há de um dia enterrar
O que hoje é sólido, e desmancha-se no ar.
Como as baratas, os vermes e os ratos.
Desprovidos de qualquer forma de beleza.
Imundos, por nossa verdadeira natureza.
Somos o vil esgoto humano,
Decadente, fétido e profano.
Somos o câncer vivo desta Terra,
Filhos do estupro, do roubo e da guerra.
De nossas veias jorra infeccioso o pus
Da podre ideologia que ainda nos conduz.
Somos covardes, vítimas da alienação.
Reproduzimos cegamente nossa própria condição,
Mas a dialética da história há de um dia enterrar
O que hoje é sólido, e desmancha-se no ar.
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
Tua chapinha há de molhar
Você gosta de atenção
De ser o plano central
Sobre qual revolve toda a galáxia
Mas perante a vastidão do universo
Até o teu sorriso orgulhoso é diminuto
E tua voz escandalosa soa distante
Teu vestido colorido há de desbotar
Tua chapinha há de molhar
E tua maquiagem há de escorrer
Com a tristeza do teu choro
Teu rosto é lindo
Teu corpo é sensual
Mas há coisas mais importantes nesta vida
Você quer ser desejada
Mas precisa mesmo é de um refúgio deste mundo
No final da balada
Depois de ter dançado e beijado horas à fim
Te sentirás feliz?
Quando todos te desejarem
E tiverem sonhos carnais de gozo com teu corpo
Te sentirás feliz?
Não adianta chorar
Nem sentir-se arrependida
A vida é tua
Você faz o que quer
Não tens ninguém para culpar
Podes continuar à carregar o peso da tua vaidade
Ou se quiseres
Podes mudar
Só depende de você
De ser o plano central
Sobre qual revolve toda a galáxia
Mas perante a vastidão do universo
Até o teu sorriso orgulhoso é diminuto
E tua voz escandalosa soa distante
Teu vestido colorido há de desbotar
Tua chapinha há de molhar
E tua maquiagem há de escorrer
Com a tristeza do teu choro
Teu rosto é lindo
Teu corpo é sensual
Mas há coisas mais importantes nesta vida
Você quer ser desejada
Mas precisa mesmo é de um refúgio deste mundo
No final da balada
Depois de ter dançado e beijado horas à fim
Te sentirás feliz?
Quando todos te desejarem
E tiverem sonhos carnais de gozo com teu corpo
Te sentirás feliz?
Não adianta chorar
Nem sentir-se arrependida
A vida é tua
Você faz o que quer
Não tens ninguém para culpar
Podes continuar à carregar o peso da tua vaidade
Ou se quiseres
Podes mudar
Só depende de você
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
Uma noite quente e úmida no Bar Sem Nome
Era uma noite dessas
quente
úmida
...em que a única fuga da ansiedade
é uma cerveja bem gelada
Eu estava no Bar Sem Nome
(já no meu quinto litrão)
quando ela chegou toda suada
e sentou-se do meu lado
sorridente
com um cigarro na mão
Eu lhe pedi um trago
e senti o gosto de seus lábios
o perfume de seu batom
Enquanto eu falava ela sorria
e eu falava cada vez mais de mansinho
Olhava fixamente nos seus olhos
e via o suor escorrer delicadamente de seu pescoço
Ela pediu licença para ir ao banheiro
e quando voltou
sentou-se bem pertinho
Encostou sua coxa na minha perna
e com os olhos
percorreu todo o contorno dos meu lábios
Fez-se um silêncio tímido no espaço entre nossos sorrisos
e a calma úmida da noite
rompeu-se explosivamente
num beijo cálido e macio
quente
úmida
...em que a única fuga da ansiedade
é uma cerveja bem gelada
Eu estava no Bar Sem Nome
(já no meu quinto litrão)
quando ela chegou toda suada
e sentou-se do meu lado
sorridente
com um cigarro na mão
Eu lhe pedi um trago
e senti o gosto de seus lábios
o perfume de seu batom
Enquanto eu falava ela sorria
e eu falava cada vez mais de mansinho
Olhava fixamente nos seus olhos
e via o suor escorrer delicadamente de seu pescoço
Ela pediu licença para ir ao banheiro
e quando voltou
sentou-se bem pertinho
Encostou sua coxa na minha perna
e com os olhos
percorreu todo o contorno dos meu lábios
Fez-se um silêncio tímido no espaço entre nossos sorrisos
e a calma úmida da noite
rompeu-se explosivamente
num beijo cálido e macio
Bar Sem Nome, meu mais querido lar,
me destes na boemia uma noite espetacular!
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Quando venha o frio austral
Que venha o frio
que ainda não chegouTomaremos chocolate quente
com conhaque
e as vezes quentão
Tomaremos muita cachaça
e ao trocar idéia
...sairá vapor de nossas bocas
Que venha o frio
para que não acorde suado
quando durmo de conchinha
O abraço será nosso abrigo
e o calor humano,
a medida da felicidade
Que venha o frio
para que os Ypês da UEM floresçam
e amanheçam na neblina
A vida será mais linda
quando chegue o frio austral
E nossas noites serão de calma e carinho
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Perante as Araucárias
Hoje eu te ofereço meu silêncio
Tudo que falo é mentira
Tudo que sinto é invenção
Quero ajoelhar-me perante as Araucárias
E ouvir o céu
Pedir perdão por meu rancor
O frio das madrugadas de outono me lembra à outra época
Mas eu não quero pensar
Tantas vezes tenho sido como o vento
Passado por várias vidas
Roubado o cheiro de perfumes
E os guardado na minha memória
Quero dizer que eu vivi
E gritar aos quatro ventos:
Mas hoje
Eu te ofereço meu silêncio
Compartilho meu vazio
Vou ajoelhar-me perante as Araucárias
Tudo que falo é mentira
Tudo que sinto é invenção
Então me calo
Quero ajoelhar-me perante as Araucárias
E ouvir o céu
Pedir perdão por meu rancor
O frio das madrugadas de outono me lembra à outra época
Mas eu não quero pensar
Tantas vezes tenho sido como o vento
Passado por várias vidas
e sumido
Roubado o cheiro de perfumes
E os guardado na minha memória
Quero dizer que eu vivi
E gritar aos quatro ventos:
ESTOU AQUI!
Mas hoje
Eu te ofereço meu silêncio
Compartilho meu vazio
Vou ajoelhar-me perante as Araucárias
E ouvir o céu
Hoje o vento há de passar por mim
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
Meio-poemas (sinto que é inútil toda esta escrita)
Eu escrevo mil meio-poemas
Que não consigo terminar
E cada um dói como uma ferida
Como se desperdiçasse parte do meu ser
Sinto que aborto pedaços da minha alma
E os vomito em versos ríspidos e toscos
Não sei se sou parasita das palavras
Ou se são elas que de mim se alimentam
Não quero mais esta fadiga
Este cansaço que arde todos os dias
Esta obsessão
Mas me desespero quando não tenho uma caneta
E nem sei porque escrevo
Acho que escrevo simplesmente por predestinação
Por sentir angústia
E quando não termino um poema
Que não consigo terminar
E cada um dói como uma ferida
Como se desperdiçasse parte do meu ser
Sinto que aborto pedaços da minha alma
E os vomito em versos ríspidos e toscos
Não sei se sou parasita das palavras
Ou se são elas que de mim se alimentam
Não quero mais esta fadiga
Este cansaço que arde todos os dias
Esta obsessão
Mas me desespero quando não tenho uma caneta
E nem sei porque escrevo
Acho que escrevo simplesmente por predestinação
Por sentir angústia
E quando não termino um poema
Sinto dor
Sinto fracasso
Sinto que é inútil toda esta escrita
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
Sinto fracasso
Sinto que é inútil toda esta escrita
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
quinta-feira, 12 de maio de 2011
A professora fala...
Depois de um dia inteiro de intermináveis discussões
E de grandiosas disputas políticas
entre egos mesquinhos
Eu entro na minha sala
(já desgastado)
Eu desenho no meu caderno
Contemplo minha vida
Finjo prestar atenção
Eu vou lá fora
Fumo uns 2 ou 3 cigarros
Troco ideia (papo furado)
E quando canso de enrolar
volto pra sala
Desta vez eu tento prestar atenção
(juro que tento!)
Até anotações eu faço
Mas me bate uma canseira
E entre as palavras da professora
(que ainda não parou de falar)
eu dou umas pescadas
Eu volto lá fora
Fumo ansiosamente mais uns 3 ou 4 cigarros
Papo vai, papo vem...
Eu olho pela janela
E de grandiosas disputas políticas
entre egos mesquinhos
Eu entro na minha sala
(já desgastado)
e a professora fala...
Eu desenho no meu caderno
Contemplo minha vida
Finjo prestar atenção
e a professora fala...
Eu vou lá fora
Fumo uns 2 ou 3 cigarros
Troco ideia (papo furado)
E quando canso de enrolar
volto pra sala
e a professora fala!
Desta vez eu tento prestar atenção
(juro que tento!)
Até anotações eu faço
Mas me bate uma canseira
E entre as palavras da professora
(que ainda não parou de falar)
eu dou umas pescadas
Eu volto lá fora
Fumo ansiosamente mais uns 3 ou 4 cigarros
Papo vai, papo vem...
Eu olho pela janela
e Meu Deus, a professora ainda não parou de falar!
Eu acendi mais um cigarro
Abandonei o meu caderno
E fui pro bar!
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
Abandonei o meu caderno
E fui pro bar!
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
Poema aos meus calouros
Ah calouros, que saudade de uma época que nunca foi!
Bem-vindos à desgraça
À adolescência forever
Ao Big Brother Brasil
Às novelas da Globo
À panelinhas
À festas exclusivas
À dogmas mesquinhos
À aulas intoleráveis
À usar o orkut como substituto à uma vida social
À professores que estão convencidos que são deus
E alunos que temem viver
Bem-vindos!
O mundo é bonito
E perfeito
Sociais da grana
Ninguém bebe
Muito menos usa drogas
Não há luta de classes
Nem proletariado
Nem burguesia
Há Big Brother Brasil!
Há trocar idéia com meia dúzia
E ser descolado
Há falar da roupa da tua professora
E de teu colega que falta à aula
Há lindas fofocas
De quem fez o quê
Ah, como queria recitar Poema em Linha Reta
E tomar uma dose de um real no bar do Seu Pedrinho
E falar das constradições entre Álvaro de Campos
E o grande mestre Caieiro
O importante é o orkut!
A vida é secundária
Depois do trote
Os loucos ficarão com os loucos
E os caretas com os caretas
Que belas panelinhas!
Que bela integração!
Pagarei meu dízimo
Levarei uma Ypioca
Tomarei tuas bebidas
Fecharei o Bora Bora
Aguardarei o ERECS!
Fingirei ser simpático
Ser politicamente correto
Usarei jargões mastigados
Falarei de Anarquismo
E da noite passada
Cantarei velhas músicas do Adoniran Barbosa
E de Led Zeppelin (que é um som do caralho!)
Assistirei aulas com meus calouros
(que não reprovaram dois anos seguidos)
Direi que Sociais só vale o diploma
Ficarei triste depois de comer no R.U.
Tomarei um café
Fumarei meu cigarro paraguaio
Reclamarei de como falta Rock n Roll em Maringá
Irei ao Sarau e fingirei que é cultura
Obedecerei à autoridade em nome de passar de ano
Negarei ser sujeito da minha existência
E contemplar a dualidade partícula-onda
E vomitar teorias idosas
E encher meu Currículo Lattes
Como se enche o lixo do banheiro com papel higiênico com merda
Ah, Big Brother Brasil!
Prefiro dormir
À fingir que estou acordado
Ciências Sociais
Que curso da moda!
Vamos entender o que é cultura
E ser alternativos
Vamos gastar 80 reais por mês com textos
E fingir que entendemos
Vamos escutar Belchior e trajar velhos símbolos soviéticos
E babar na Lady Gaga
Eiiiittttaaa, Big Brother Brasil!!!!!!
É isso que dá grana
Sociais da desemprego!
Vou fingir ser pegador
Vou fingir ser educado
Vou fingir saber do que falo
Não sei porque algumas coisas me irritam
Que saudade de uma época que nunca foi!
De um futuro que não será
De um presente que nã é!
Ah C67
Finado Revolução
A Salinas do Seu Adão
O velho sobradinho verde
Onde foram parar?
Como que viramos tão legais?
E tão descolados?
Quando que a vida do orkut
Virou mais real
Do que a vida real?
E o que é real?
É tudo socialmente construído?!?
Esperaremos sempre que os outros façam
Para que não tenhamos que fazer
Amemos Malhação
E coloquemos aquela baita foto linda no orkut
E ainda no fim
Todos cult e cool
Ouviremos Los Hermanos
(ou Chico Buarque)
Com uma reclamação sobre a indústria cultural
E um salgadinho de 3 conto na mão
E eu,
Bebasso
Gritarei "Satanás" em vosso trote
E muitos ficarão ofendidos
Por desafiar a sagrada moral judaico-cristã
Falarei de Pannekoek
E de Herman Goerter
E fingirei saber de Marx mais do que você
Falarei que eu detesto Antropologia
E que não aguento mais ler texto de aldeia
Farei uma defesa da Ciência Política
Te convidarei pro bar
Argumentarei contra a religião
E contra a moral
E contra a centralização
Te falarei de Ferreira Gullar
E da superação do concretismo
E de como o grande Aristóteles estava errado
Te falarei mais uma vez de Ypioca
(como se fosse o velho jargão)
E com certeza direi coisas idiotas
Com um puta bafo de cachaça
Te direi que o Kanarinhus é uma merda (e é)
Que o Democrático é palha
Que o Marcão é cuzão
E que o único bar decente é o Bora
(e é claro o Seu Pedrinho)
Te direi do quanto que detesto sertanejo
E amo o velho Blues
Fingirei no dia 21
Que você, calouro, é burro
E eu, veterano, sou esperto
Contarei até 5.000 no comunidade da minha sala
E falarei de sexo para ser legal
Encontrarei alguma forma de chamar atenção
E serei descolado
Muito descolado
Afinal das contas,
Sociais é um curso cool
Vou pretender que a vida é pura diversão
E esconder minhas palas
Para você não saber
Deus me livre, não vai na esquina do Manhattan na quinta-feira!
Nem me pergunte o que rolou anos atrás
Ou porque que eu sou queimado
Vamos ver MTV
Globo Reporter
Tudo Fantástico!!!
Eu sou um bolinho de arroz!
Minhas perninhas vieram só depois!
Eu não tenho boquinha pra sorrir?
Por que?
Vamos dançar funk no Nite
E fingir que não há moralismo
E muito menos vulgaridade
Vamos no Tribos ser do Rock!
E ser arrogante, como eu, nesta comunidade
Vamos escrever um monte de merda
Regurgitar discursos falsos
E no final de tudo
Sem saber o que dizer
Diremos que Ypioca é uma puta cachaça
(por valer 9 reais)
Vou fingir que meu gosto de bebida é melhor que o teu
E que minha roda é louca
E a tua careta
Vou dizer
(com todo preconceito)
Que Sociais não é agronomia
E que aqui não rola Produfest
Vou me gabar que minha universidade é estadual
E que é a melhor do Paraná
Vou pagar pau para a Marly
E a família Barros
Como adoro uma dose de conservadorismo na minha vida!
Lei seca, Lei seca, Lei seca
Que saudade das épocas do vestiba!
De ver a Mário Urbinatti lotada
Do tomar uma cachaça de Salinas na Padoka
E por que escrevi tudo isto?
Olha, eu não sei
Nem você vai saber
Mas ironia
Sarcasmo
E deboche...
É uma puta idiotice arrogante.
O que tenho à dizer
É que o trote será legal
Seremos todos descolados
E eu tomarei Ypioca
Alguns tomarão cerveja
Outros Jurupinga
Alguns te dirão que Catuaba é a bebida do curso (quando ninguém toma essa merda)
Alguns tomarão água
Alguns tomarão bebidas importadas
Alguns tomarão yakult
Alguns nem tomarão
Mas eu...
vou tomar Ypioca!
Nota: Escrevi este poema como protesto antes do início das aulas após ler os comentários infantis postados na comunidade de Ciências Sociais no orkut.
Bem-vindos à desgraça
À adolescência forever
Ao Big Brother Brasil
Às novelas da Globo
À panelinhas
À festas exclusivas
À dogmas mesquinhos
À aulas intoleráveis
À usar o orkut como substituto à uma vida social
À professores que estão convencidos que são deus
E alunos que temem viver
Bem-vindos!
O mundo é bonito
E perfeito
Sociais da grana
Ninguém bebe
Muito menos usa drogas
Não há luta de classes
Nem proletariado
Nem burguesia
Há Big Brother Brasil!
Há trocar idéia com meia dúzia
E ser descolado
Há falar da roupa da tua professora
E de teu colega que falta à aula
Há lindas fofocas
De quem fez o quê
Ah, como queria recitar Poema em Linha Reta
E tomar uma dose de um real no bar do Seu Pedrinho
E falar das constradições entre Álvaro de Campos
E o grande mestre Caieiro
O importante é o orkut!
A vida é secundária
Depois do trote
Os loucos ficarão com os loucos
E os caretas com os caretas
Que belas panelinhas!
Que bela integração!
Pagarei meu dízimo
Levarei uma Ypioca
Tomarei tuas bebidas
Fecharei o Bora Bora
Aguardarei o ERECS!
Fingirei ser simpático
Ser politicamente correto
Usarei jargões mastigados
Falarei de Anarquismo
E da noite passada
Cantarei velhas músicas do Adoniran Barbosa
E de Led Zeppelin (que é um som do caralho!)
Assistirei aulas com meus calouros
(que não reprovaram dois anos seguidos)
Direi que Sociais só vale o diploma
Ficarei triste depois de comer no R.U.
Tomarei um café
Fumarei meu cigarro paraguaio
Reclamarei de como falta Rock n Roll em Maringá
Irei ao Sarau e fingirei que é cultura
Obedecerei à autoridade em nome de passar de ano
Negarei ser sujeito da minha existência
E contemplar a dualidade partícula-onda
E vomitar teorias idosas
E encher meu Currículo Lattes
Como se enche o lixo do banheiro com papel higiênico com merda
Ah, Big Brother Brasil!
Prefiro dormir
À fingir que estou acordado
Ciências Sociais
Que curso da moda!
Vamos entender o que é cultura
E ser alternativos
Vamos gastar 80 reais por mês com textos
E fingir que entendemos
Vamos escutar Belchior e trajar velhos símbolos soviéticos
E babar na Lady Gaga
Eiiiittttaaa, Big Brother Brasil!!!!!!
É isso que dá grana
Sociais da desemprego!
Vou fingir ser pegador
Vou fingir ser educado
Vou fingir saber do que falo
Não sei porque algumas coisas me irritam
Que saudade de uma época que nunca foi!
De um futuro que não será
De um presente que nã é!
Ah C67
Finado Revolução
A Salinas do Seu Adão
O velho sobradinho verde
Onde foram parar?
Como que viramos tão legais?
E tão descolados?
Quando que a vida do orkut
Virou mais real
Do que a vida real?
E o que é real?
É tudo socialmente construído?!?
Esperaremos sempre que os outros façam
Para que não tenhamos que fazer
Amemos Malhação
E coloquemos aquela baita foto linda no orkut
E ainda no fim
Todos cult e cool
Ouviremos Los Hermanos
(ou Chico Buarque)
Com uma reclamação sobre a indústria cultural
E um salgadinho de 3 conto na mão
E eu,
Bebasso
Gritarei "Satanás" em vosso trote
E muitos ficarão ofendidos
Por desafiar a sagrada moral judaico-cristã
Falarei de Pannekoek
E de Herman Goerter
E fingirei saber de Marx mais do que você
Falarei que eu detesto Antropologia
E que não aguento mais ler texto de aldeia
Farei uma defesa da Ciência Política
Te convidarei pro bar
Argumentarei contra a religião
E contra a moral
E contra a centralização
Te falarei de Ferreira Gullar
E da superação do concretismo
E de como o grande Aristóteles estava errado
Te falarei mais uma vez de Ypioca
(como se fosse o velho jargão)
E com certeza direi coisas idiotas
Com um puta bafo de cachaça
Te direi que o Kanarinhus é uma merda (e é)
Que o Democrático é palha
Que o Marcão é cuzão
E que o único bar decente é o Bora
(e é claro o Seu Pedrinho)
Te direi do quanto que detesto sertanejo
E amo o velho Blues
Fingirei no dia 21
Que você, calouro, é burro
E eu, veterano, sou esperto
Contarei até 5.000 no comunidade da minha sala
E falarei de sexo para ser legal
Encontrarei alguma forma de chamar atenção
E serei descolado
Muito descolado
Afinal das contas,
Sociais é um curso cool
Vou pretender que a vida é pura diversão
E esconder minhas palas
Para você não saber
Deus me livre, não vai na esquina do Manhattan na quinta-feira!
Nem me pergunte o que rolou anos atrás
Ou porque que eu sou queimado
Vamos ver MTV
Globo Reporter
Tudo Fantástico!!!
Eu sou um bolinho de arroz!
Minhas perninhas vieram só depois!
Eu não tenho boquinha pra sorrir?
Por que?
Vamos dançar funk no Nite
E fingir que não há moralismo
E muito menos vulgaridade
Vamos no Tribos ser do Rock!
E ser arrogante, como eu, nesta comunidade
Vamos escrever um monte de merda
Regurgitar discursos falsos
E no final de tudo
Sem saber o que dizer
Diremos que Ypioca é uma puta cachaça
(por valer 9 reais)
Vou fingir que meu gosto de bebida é melhor que o teu
E que minha roda é louca
E a tua careta
Vou dizer
(com todo preconceito)
Que Sociais não é agronomia
E que aqui não rola Produfest
Vou me gabar que minha universidade é estadual
E que é a melhor do Paraná
Vou pagar pau para a Marly
E a família Barros
Como adoro uma dose de conservadorismo na minha vida!
Lei seca, Lei seca, Lei seca
Que saudade das épocas do vestiba!
De ver a Mário Urbinatti lotada
Do tomar uma cachaça de Salinas na Padoka
E por que escrevi tudo isto?
Olha, eu não sei
Nem você vai saber
Mas ironia
Sarcasmo
E deboche...
É uma puta idiotice arrogante.
O que tenho à dizer
É que o trote será legal
Seremos todos descolados
E eu tomarei Ypioca
Alguns tomarão cerveja
Outros Jurupinga
Alguns te dirão que Catuaba é a bebida do curso (quando ninguém toma essa merda)
Alguns tomarão água
Alguns tomarão bebidas importadas
Alguns tomarão yakult
Alguns nem tomarão
Mas eu...
vou tomar Ypioca!
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
Nota: Escrevi este poema como protesto antes do início das aulas após ler os comentários infantis postados na comunidade de Ciências Sociais no orkut.
Tem tanta coisa p'ra mudar!
Não fique aí parado,
tem tanta coisa p'ra mudar!
Pense, participe e movimente-se,
para que ninguém negue teu direito de participar.
Você pode ser a gota
que move todo o oceano,
mas se você ficar aí parado
pode ser um grande engano.
Uma gota sozinha
não gera muito movimento,
mas muitas gotas juntas
podem mudar o pensamento!
Há cartazes por aí
cheios de celebridades,
que propagam tantas mentiras
e ocultam muitas verdades.
Não se contente com o mínimo,
tem tanta coisa p'ra mudar!
Outros pensarão por ti
se você não pensar.
Por trás de piadas velhas
há velhas pretensões,
não deixe que te excluam
de tomar as decisões!
É preciso ir à luta
É preciso descentralizar
se queremos garantir
o direito de participar.
É uma pena que alguns
defendam a censura,
quando quase todos querem
mais acesso à cultura.
É uma pena que alguns
querem ocultar a arte da vista,
não há porque pintar por cima
da obra de um artista.
As piadas perdem a graça
depois de contadas pela segunda vez.
A situação não é engraçada,
ela demanda lucidez.
Então na quarta-feira,
que é dia de eleição,
pense bem no seu voto
e vote com atenção!
Nota: Este poema foi usado na campanha vitoriosa da chapa Movimente-se UEM para o DCE, e faz referência à campanha do Bonde do Amor (cartazes com celebridades) e à censura que promoveram ao grafite do Isaac numa das portas do Restaurante Universitário.
tem tanta coisa p'ra mudar!
Pense, participe e movimente-se,
para que ninguém negue teu direito de participar.
Você pode ser a gota
que move todo o oceano,
mas se você ficar aí parado
pode ser um grande engano.
Uma gota sozinha
não gera muito movimento,
mas muitas gotas juntas
podem mudar o pensamento!
Há cartazes por aí
cheios de celebridades,
que propagam tantas mentiras
e ocultam muitas verdades.
Não se contente com o mínimo,
tem tanta coisa p'ra mudar!
Outros pensarão por ti
se você não pensar.
Por trás de piadas velhas
há velhas pretensões,
não deixe que te excluam
de tomar as decisões!
É preciso ir à luta
É preciso descentralizar
se queremos garantir
o direito de participar.
É uma pena que alguns
defendam a censura,
quando quase todos querem
mais acesso à cultura.
É uma pena que alguns
querem ocultar a arte da vista,
não há porque pintar por cima
da obra de um artista.
As piadas perdem a graça
depois de contadas pela segunda vez.
A situação não é engraçada,
ela demanda lucidez.
Então na quarta-feira,
que é dia de eleição,
pense bem no seu voto
e vote com atenção!
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2010
Nota: Este poema foi usado na campanha vitoriosa da chapa Movimente-se UEM para o DCE, e faz referência à campanha do Bonde do Amor (cartazes com celebridades) e à censura que promoveram ao grafite do Isaac numa das portas do Restaurante Universitário.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Sexo
Pois é
Eu gosto de sexo
E quem não gosta?
Em vez de estar escrevendo
Preferiria esta transando
Gosto de Seios
Pele
Cheiro
Sabor
Gosto de beijar
De apalpar
De sentir gemidos
Ao pé do meu ouvido
Nem sempre eu quero amor,
Há algo de errado nisso?
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
Eu gosto de sexo
E quem não gosta?
Em vez de estar escrevendo
Preferiria esta transando
Gosto de Seios
Pele
Cheiro
Sabor
Gosto de beijar
De apalpar
De sentir gemidos
Ao pé do meu ouvido
Nem sempre eu quero amor,
Há algo de errado nisso?
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Crianças
Hoje eu te vejo como uma criança
Como uma memória constante de um passado em que eu
quase foi completamente minha
Te vejo como uma criança
Porque já não te culpo mais
Pelas mágoas que eu sinto
Só sei que sinto mágoa
(angústia, dor)
E que eu também sou uma criança
Também serei uma lembrança de quando você
Hoje eu te vejo como uma criança
Brincando pelo mundo
Querendo ser feliz
Já não te culpo mais pelas mágoas que eu sinto
E também não quero mais brincar
Como uma memória constante de um passado em que eu
não fui eu
E em que vocêquase foi completamente minha
Te vejo como uma criança
Porque já não te culpo mais
Pelas mágoas que eu sinto
Só sei que sinto mágoa
(angústia, dor)
E que eu também sou uma criança
também sonho
também minto
também choro
também minto
também choro
Também serei uma lembrança de quando você
não foi você
Hoje eu te vejo como uma criança
Brincando pelo mundo
Querendo ser feliz
Já não te culpo mais pelas mágoas que eu sinto
E também não quero mais brincar
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
É tão dificil perdoar
Não sei porque me resulta tão difícil perdoar
Nem porque carrego mágoas como tesouros do meu ego
Eu sei que estou errado
Mas insisto em ferir quando sou ferido
E gerar a dor que nunca queria ter sentido
Tenho sido tão mesquinho e vingativo
E não sei se isso um dia vai mudar
É fácil racionalizar
Falar da boca p'ra fora
Nem porque carrego mágoas como tesouros do meu ego
Eu sei que estou errado
Mas insisto em ferir quando sou ferido
E gerar a dor que nunca queria ter sentido
Tenho sido tão mesquinho e vingativo
E não sei se isso um dia vai mudar
É fácil racionalizar
Falar da boca p'ra fora
...mas é tão difícil perdoar.
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
Musa da dor e solidão
Quantos poemas hei de te escrever ainda?
Estou cansado,
E minhas mãos doem quase o mesmo tanto
Que meu coração.
Tenho evitado pensar em ti
E esperado que esta dor se afogue no esquecimento.
Mas como te esquecer?
Ao te libertar da prisão da minha alma eu perdi parte de mim,
E no lugar ficou um labirinto de cicatrizes.
Não há como esquecer
Nem fingir que não dói
...me restou apenas a obsessão por escrever
E a compulsão por contemplar a minha vida.
As vezes quero rasgar a sujetividade do meu peito
E incendiar minhas emoções.
Mas é meu peito que é rasgado por esta sujetividade,
E me afogo nas escuras emoções da minha alma.
Estou cansado
E não quero mais te escrever poemas,
Musa da dor e solidão.
Mas me condenastes à este martírio,
Estou cansado,
E minhas mãos doem quase o mesmo tanto
Que meu coração.
Tenho evitado pensar em ti
E esperado que esta dor se afogue no esquecimento.
Mas como te esquecer?
Ao te libertar da prisão da minha alma eu perdi parte de mim,
E no lugar ficou um labirinto de cicatrizes.
Não há como esquecer
Nem fingir que não dói
...me restou apenas a obsessão por escrever
E a compulsão por contemplar a minha vida.
As vezes quero rasgar a sujetividade do meu peito
E incendiar minhas emoções.
Mas é meu peito que é rasgado por esta sujetividade,
E me afogo nas escuras emoções da minha alma.
Estou cansado
E não quero mais te escrever poemas,
Musa da dor e solidão.
Mas me condenastes à este martírio,
à
morrer
um
pouco
em
cada
verso.
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
morrer
um
pouco
em
cada
verso.
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2011
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Na noite negra do anarquismo
Na noite negra do anarquismo
A lua da autogestão ofuscará as estrelas partidárias,
O orvalho anunciará que as correntes foram rompidas,
E por fim a humanidade acordará sob o sol da liberdade.
A lua da autogestão ofuscará as estrelas partidárias,
O orvalho anunciará que as correntes foram rompidas,
E por fim a humanidade acordará sob o sol da liberdade.
- Bartolomeu Parreira Nascimento - San Rafael 2011
O vermelho desta terra
Olhei pela janela do meu ônibus
E vi imensos campos verdes
Achei tão linda essa interminável paisagem
Dotada da mais pura poesia
Mas aí eu me dei conta era soja
Onde agora jazem as transgênicas leguminosas
E envenenam o vermelho deste solo
Um dia houveram, imponentes,
As mais belas florestas tropicais
E nessas florestas viveram os verdadeiros donos desta terra
Mas eles foram todos assassinados
E foi com seu sangue inocente
Que mancharam de vermelho esta terra
E vi imensos campos verdes
Achei tão linda essa interminável paisagem
Dotada da mais pura poesia
Mas aí eu me dei conta era soja
...e fiquei tão triste
Onde agora jazem as transgênicas leguminosas
E envenenam o vermelho deste solo
Um dia houveram, imponentes,
As mais belas florestas tropicais
E nessas florestas viveram os verdadeiros donos desta terra
Mas eles foram todos assassinados
E foi com seu sangue inocente
Que mancharam de vermelho esta terra
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Juranda 2011
Falsa felicidade
Por que fingir ser feliz
E esconder tua tristeza
Atrás de um sorriso desbotado?
Não ha necessidade
De rir para não doer.
Vai doer do mesmo jeito.
Inevitavelmente a tua falsa extroversão
Irá ao encontro da solidão que há em ti.
Tua máscara só serve para os outros ver!
No silêncio da noite
Quando não há ninguém por perto
A tua dor está ausente?
Mais triste que a tristeza
É a falsa felicidade!
E esconder tua tristeza
Atrás de um sorriso desbotado?
Não ha necessidade
De rir para não doer.
Vai doer do mesmo jeito.
Inevitavelmente a tua falsa extroversão
Irá ao encontro da solidão que há em ti.
Tua máscara só serve para os outros ver!
No silêncio da noite
Quando não há ninguém por perto
A tua dor está ausente?
Mais triste que a tristeza
É a falsa felicidade!
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Ubiratã 2011
sábado, 8 de janeiro de 2011
Não tenho pressa
Um dia irei ao encontro do infinito
Me despirei de toda ilusão
E deixarei p'ra trás este mundo doentio
Os olhos do meu corpo ficarão pesados
E fecharão-se eternamente abraçados com a morte
Com os olhos da minha alma espero ver a verdade
E finalmente conhecer o que é a paz
Mas eu não tenho pressa
A minha sede só a vida pode saciar
- Bartolomeu Parreira Nascimento - San Rafael 2011
Vinho Seco
("Tão irresistível é a doçura da vida" - Omar Khayyam)
Como um beijo cálido na primavera
Mas eu não
Eu gosto do meu vinho seco
Como um áspero deserto desolado e sem vegetação
Porque é no meio desse deserto
Que ao embriagar-me eu encontro meu oasis
Não preciso que meu vinho seja doce
A vida já é doce demais!
- Bartolomeu Parreira Nascimento - San Rafael 2011
(Nota: inspirado numa garrafa de vinho Bianchi de San Rafael enquanto lia os poemas de Omar Khayyam)
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Em busca da verdade (quando minha alma for pesada contra a pena da verdade)
I
Por que escondem tantos segredos da humanidade,
e por que nos contam tantas mentiras?
Eu quero tanto o nosso bem,
mas nossa ignorância me machuca.
Nunca me cansarei de procurar a verdade
nem de falar de amor.
Falta tanto amor neste mundo,
e o sofrimento parece não ter fim.
Por que que é assim?
Não quero mais ver meus irmãos se afogarem neste imenso mar de ilusões.
Mas o que posso fazer?
Estou tão longe da verdade
e me sinto tão sujo,
tão vil.
Eu só sei que eu posso amar,
e esperar que o meu amor mude algo neste mundo.
II
Quando minha alma for pesada contra a pena da verdade,
terei eu amado o suficiente nesta vida?
Sinto minha alma tão pesada,
tão cheia de remorso.Tanto medo...
Tanta dor...
Meu Deus, por que nascer nesta ignorância?
Quero aprender o perdão
e o amor incondicional
Quero rasgar este ego podre da minha alma
e chorar por meus pecados até o amanhecer de outra vida.
III
Eu não quero mais ser assim
machucar p'ra me sentir melhor.
Não quero mais viver apenas para satisfazer meu ego,
para sentir prazer.
Eu nasci p'ra mudar algo neste mundo,
e se eu não puder mudar este mundo
quero pelo menos ter a força para mudar esta ridícula existência que chamam de Bartolomeu.
Se eu não conseguir nem isso,
quero pelo menos aprender à amar.
É só isso que eu quero
aprender à amar toda a humanidade
com todo meu coração.Quero sentir o amor incondicional
e absorver toda a dor deste mundo.
Assim eu morrerei feliz.
- Bartolomeu Parreira Nascimento - San Rafael 2011
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Mundo cão
Quem me dera se este mundo cão
realmente fosse como um cão
que sempre te recebe com carinho
Eu não teria que escrever este poema como um latido
Mas acontece que este imenso mundo cão
por ser humano é deshumano
e por engano não tem coração
Neste imenso mundo cão
a liberdade tem coleira
os sonhos da humanidade apodrecem na lixeira
e a justiça foi castrada
e condenada à escuridão
- Bartolomeu Parreira Nascimento - San Rafael 2011
(Nota: o termo mundo cão é uma baita injustiça com os cães)
A crueldade do silêncio
Entre todas as formas que eu poderia ter te agredido
eu escolhi a mais cruel:
o silêncio
Não quero te dizer nada
muito menos gritar
Quero apenas o conforto ilusório da distância
Hoje a tua presença me agride
quando antes era a tua ausência
A lembrança do que já foi
(e não é mais)
me fere
Então uso o silêncio como um escudo
e tento o máximo te evitar
Eu nunca poderia desejar-te mal
muito menos te odiar
Todos os dias eu torço para que você encontre a plenitude da felicidade
Só não quero mais que você faça parte da minha vida
...dói demais
Não peça que eu mude
nem que seja teu amigo
Te amei mais que tudo neste mundo
e durante um ano você foi toda a minha vida
Não posso fingir que está tudo bem
nem mentir p'ra mim mesmo
Dizer que já passou
Peço-te perdão por todo o mal que eu te tenho feito
Eu sei que é minha culpa,
mas nunca foi minha intenção
Um dia você deixará de ser uma ferida
e a dor se transformará numa cálida lembrança
...mas até lá so me resta a distância
e a crueldade do silêncio.
- Bartolomeu Parreira Nascimento - San Rafael 2011
Nosso amor chegou ao fim
É tão estranho agirmos como desconhecidos
Eu lembro quando não conseguiamos ficar longe um do outro
Quando eu finjo não te ver
dói tanto em mim
Você foi parte da minha vida
e com você eu dividi toda a profundidade da minha alma
Te amei tanto...
mais do que eu pensei que era possível
e senti dor
tanta dor
Eu não sei o que te dizer
As vezes eu queria sumir deste mundo
mas eu sei que tenho que seguir adiante
e me libertar das correntes que me prendem à tua lembrança
Nosso amor chegou ao fim
e agora aguardo calmamente o fim desta tristeza
É isso...
não sei mais o que te dizer.
- Bartolomeu Parreira Nascimento - Maringá 2010
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